Cristina Lima

Share your story

Fiz um aborto.

2010 Brazil (born in Brazil)

Há uma grande diferença entre os sentimentos pré, durante e pós-aborto. Demorei para assumir os resultados positivos dos testes de gravidez (sim, foram vários... e de diferentes resultados), na minha cabeça eu torcia para que fosse um problema hormonal. Ficava ansiosa e achava que menstruaria a qualquer momento. Quando percebi que não havia outra solução fiquei extremamente temerosa, desde sobre as consequencias físicas, psicológicas até as penais. Me considero estúpida por ter bebido demais, transado com um desconhecido (e completo idiota, imaturo e egoísta), não ter tomado a pílula do dia seguinte, e então, recorrer a tantos métodos bizarros (chás, lavagens vaginais com medicamentos a base de hormônios) e ter esperança que surgissem efeito, enfim... Meu medo durante o aborto foi de que ele não funcionasse, que eu continuasse grávida e que isso prejudicasse a formação do feto. Hoje me sinto aliviada, e sim, foi a melhor decisão que eu poderia ter tomado. Nós mulheres temos direito sobre essa decisão, independentemente da gravidez ser fruto de irresponsabilidade, acidente, violência sexual ou qualquer outro tipo de coisa. Me senti envergonhada enquanto grávida, hoje não mais, sinto vergonha é desses países machistas e religiosos que privam milhões de mulheres de seu direito de escolha. Gostaria de que nenhuma mulher sentisse o que senti: coagida. Forçada ao silêncio, submetida a um sistema que cada vez mais oprime as mulheres, negando-lhes direitos. Women on Waves, parabéns por essa ação digna da minha admiração!

Conheci uma enfermeira que indicou alguns procedimentos, um deles era um medicamento que depois descobri também ser proibido (Ginecoside) o qual não tive nenhum acesso; o outro, era uma mistura de soro fisiológico com anticoncepcional triturado que deveria ser introduzida na vagina através de uma seringa, confesso que o fiz, mas não obtive resultado. O "parceiro" comprou um chá com diversas ervas abortivas, tomei e tive uma intoxicação. Depois disso tentei chá de canela com pinga, fiquei bêbada, mas nada de sangramento! Isso tudo por causa do fantasma Cytotec (proibido, hemorragia, morte, crime, má formação do feto, etc.) e esses foram os métodos que tive fácil acesso e que segundo alguns blogs eram eficazes. Hoje percebo o quanto perdi a noção do perigo e em como o desespero e o medo fizeram com que eu me submetesse a esse tipo de procedimentos duvidosos. O tempo foi passando, e rápido, não tive mais dúvidas e recorri logo ao tão temido remédio. Quero dizer que sempre tive o apoio das Women on Waves (antes-durante-depois), sempre esclarecendo dúvidas e entrando em contato com cada vez mais informações (questão das doações, dos medicamentos, etc.) provando a seriedade dessa organização. Admiro e apóio esse tipo de trabalho. Hoje percebo que deveria ter sido o único procedimento adotado.

Sou jovem, universitária e ainda moro com meus pais. Uma criança seria bem-vinda na família, mas não agora, não da maneira que as coisas aconteceram. Conheci o parceiro em uma festa, e logo que soube da gravidez apoiou a decisão, mas nada fez para ajudar. Eu é quem procurava informações sobre aborto, medicamentos, métodos, etc., ele parecia pouco se importar: apenas me ajudou cedendo o apartamento e acompanhando o procedimento. Sem contar que eu espero a ajuda financeira dele (os gastos com medicamentos) até hoje (há 2 meses).

Did the illegality of your abortion affect your feelings?

Extremamente! Eu sabia que há artigos no Código Penal que confirmam a punição em relação ao aborto e ao porte de substâncias ilegais, mas não sabia se eu realmente sofreria as consequencias legais por esses atos, daí o medo e insegurança ao procurar por ajuda.

How did other people react to your abortion?

As poucas pessoas que souberam sobre o fato falavam sobre assumir a criança e evitar alguma consequencia mais grave por causa do uso dos medicamentos. A preocupação maior era em relação à minha saúde e à da criança.

Sunny

To była moja druga aborcja. Jak się okazało, była dużo łatwiejsza, z…

lolita

fui libre respecto esta decision

Jaq

I was 21, and nowhere near ready or willing to carry and birth a child because…

Emily Mars

O pesadelo de uma gravidez indesejada.

Candice

My first pregnancy came quite unexpectedly. I was 17 and my boyfriend and I had…

Valéria

Espero que minha experiência possa ajudar quem vai passar pela mesma situação

Iolanda

Ser solidária com quem abortou e defender a descriminalização jamais me fez…

Fabiana

Sou advogada, tenho 40 anos 2 filhas adultas e uma vida estável e feliz.

Sempre…

Lily

I had an abortion and I'm not ashamed

anjali sidhu

I had an abortion

Estefanía

Si se lo pudiera decir a alguien sin que me juzgue no me sentiría así

Sabine Ryan

It's not as bad as you think. Please read my story!

Raíra

Bom, tenho 27 anos e em 2018 resolvi fazer uma segunda graduacao. Namoro tem 4…

Tha

Primeiro, Calma!

Vamos lá, tenho 31 anos um filho de 7.
Voltei a me relacionar…